A incrível história do Rabo do Tamanduá e seu torneio de futebol de Ano Novo

 


O nome da localidade localizada a mais ou menos três quilômetros de Buritis já é bem diferente: O Rabo do Tamanduá. Próximo do Rabo do Tamanduá, seguindo como quem vai para a entrada da Saracura temos o Formigueiro, que também é outro bairro rural de Buritis.

Diz a lenda (isso a muitos e muitos anos atrás, antes da Buritis se tornar a Terra da Palmeira) que um tamanduá faminto de fome de quase morrer de tanta fome foi comer formigas lá no Formigueiro e deixou o rabo estacionado no Rabo do Tamanduá. 

Alguém passando por aquelas paragens, não se sabe se era um toreiro puxador de toras ou se era um colono, o fato é que este encontrou o rabo do tamanduá esquecido no carreador e levou sabe-se-lá-pra-onde. Quando o Tamanduá voltou já altas horas da noite no escuro, cadê o rabo? Já era. 

Aí, para esconder o popozão, ele foi até uma chácara ali pertinho do entroncamento das estradas e roubou umas roupas, vestiu-se e foi-se inchado para sua comunidade. Acordou cedo de manhã cedinho com uma  algazarra tremenda dos risos das risadas dos outros tamanduás que já estavam com a barriga doendo de tanto rirem dele dizendo que ele estava dando muita bandeira. 

Daí que ele foi se dar conta de que no escuro da noite tinha pegado e vestido as roupas da mulher do chacareiro. Depois de dá alguns abraços de tamanduá em seus conterrâneos, o pobre tamanduá vestido de mulher se embrenhou nas matas da Terra da Palmeira, tomando rumo ignorado e nunca mais foi visto por olhos desde então. Este fato virou referência geográfica para o local. Aí quando alguém perguntava:

- Onde tá tu indo? O outro podia responder: - Tô indo pro rabo do Tamanduá.  Ou ainda: - Tá tu vindo do rabo do Tamanduá? - Não. Tô vindo do Marco Vinte, mas passei pelo Rabo do Tamanduá.

Em homenagem ao pobre tamanduá atrapalhado, os homens da localidade realizam anualmente um campeonato de futebol. O Rabo do Tamanduá continua povoado até hoje com suas chácaras e sítios com suas culturas e tradições. Vez e outra aparece um tamanduá por lá, procurando o rabo de seu ancestral ou mesmo alguma peça de roupa. 

Mas o que chama a atenção hoje no Rabo do Tamanduá mesmo não é mais o rabo, mas sim os eventos culturais que por lá se realizam. E um dos eventos é o tradicional Futebol-de-Homens-Vestidos-com-Trajes-Femininos-de-Mulheres que é disputado com os jogadores usando trajes femininos em memória do primeiro tamanduá. Dizem que é a coisa mais bisonha e cômica que um ser humano poderá ver em vida sobre a Terra da Palmeira. O torneio além de ser uma homenagem ao narigudo comedor de formigas e cupins, também é uma celebração de abertura para os campeonatos que ocorrerão durante o ano na localidade.

Assim sendo, quando dá meia-noite e vira o ano os homens dessa localidade ou que passaram por essa localidade saem de seus aposento a procura de peças femininas que combinem ou não para o ritual futebolístico. Então se vestem com roupas da mulher, mãe, irmã, sogra, avó, tia, vizinha, montam seu uniforme para participarem do Futebol-de-Homens-Vestidos-com-Trajes-Femininos-de-Mulheres. Dizem que estão vindo homens de várias outras localidades distantes para participarem do torneio. Vai entender. Mas tradicionalmente, no primeiro jogo de futebol do ano os moradores e amigos se vestem de mher para participarem do derby.






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