Revoltado, vulto do canal mostra a outra cara
Depois de descobrirmos o olhar impassível e insistente da vulto abandonado solitário em um quarto qualquer dos fundos de um loja que dá pro lado do canal, houve uma revolução. Revolução mesmo meio indecente para os padrões da moralidade conservadora dos andantes do circuito do Canal da Cidadania. Alguém resolveu, em um ato de rebeldia pura forçar nosso manequim a contemplar os caminhantes com seu outro olho num "tô nem aí pro seu mundinho redondo, eu quero é ser feliz".
O vulto enojado da observação que se fez de sua inflexível posição de olhar rígido, direto e reto só, agora alguém o numa posição questionável dispôs a nos olhar com a outra cara e olho. E não está nem aí se é dia ou noite, agora ele nos olha com aquela cara de nádegas cíclopes.
-Vos olharei agora com o meu outro olho. Tá bom assim pro ceis, heim?
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