Covid-19: Quem brecará o bonde desembestado?

Após as festividades de virada de ano, as boas-novas em Buritis para a Covid não são boas. E nem novas. Conforme declaração de nosso secretário municipal de saúde, o gatilho foi acionado lá ainda antes das eleições. Em entrevista dada ao Bruno Mendes na ultima quinta-feira, Adelson Godinho frisou sua preocupação com o atual cenário riscado pela pandemia na Terra da Palmeira. 

Respaldados pelo afrouxamento na fiscalização das medidas de contenção da doença por causa do processo eleitoral, a maioria da população embarcou no bonde o cruzou os limites de 2020 e 2021 sem se importar muito com a segurança coletiva da saúde. Ao bonde está embalado.

Como toda viagem tem um preço, o cobrador chegou para cobrar a passagem. E dependendo d pessoa, paga-se com a vida. Alguns alegam que os governantes não tem respaldo moral para brecar o bonde. Então, será por força. Da lei. Da polícia. O bonde tem que desacelerar.

Para se ter ideia do caos, tragédia e drama que a população volta a viver, não precisamos cruzar florestas e rios e ir a Manaus. Adelson explica. Segundo ele, tínhamos uma média diária estabilizada de pouco mais de duas dezenas de infectados em tratamento. Isso despinguelou Para uma subida constante e no dia da entrevista Godinho estimou quase duzentos casos em andamento no município. Com poucos servidores no Hospital para uma demanda assim sem precendentes, Buritis entra na internação, com diagnóstico evoluindo para UTI.

O Sistema de Saúde em Porto Velho já está carregado e a Capital que flertava com a Fase 04 agora foi para a casa da fase mais severa, a 01. Ji-Paraná já tocou a buzina: Não tem oxigênio suficiente para seus leitos de UTI. Sem leitos disponíveis, Cacoal já registra morte de paciente na fila de espera. Ariquemes restringiu a frequência e permanência em espaços públicos como praças para seus cidadãos. 

Então, é hora de pensarmos no próximo e não fazermos aos outros o que não queremos que se nos façam a nós e nem à nossas famílias. O momento pede sabedoria, prudência e empatia. Quantas famílias ainda chorarão a perca de um ente querido para o novo coronavirus? Se você não tem poder para curar as pessoas não colabore para adoecê-las. Esforce pela saúde e pelo bem de sua gente!