Irmão, você dividirá o pão com o seu irmão?
Como está a situação de nosso próximo que foi apanhado de surpresa pela ordem de confinamento em decorrência da propagação do covid-19 e não tem nenhuma economia para o período? Aqui, como próximo, eu elenco mototáxi, vendedores ambulantes, construtores, artesãos, funcionários liberais, comerciários, os picolezeiros, o coletores de recicláveis, o vendedor de panelas, espelhos, botinas, cintos, meias e autônomos em geral. Nós, enquanto sociedade responsável, não podemos simplesmente mandar que se recolham em suas casas e se virem lá como puderem até que a tormenta passe. Você já se imaginou nessa situação? Lá fora o vírus que pode matar lenta e dolorosamente, cá dentro o medo de passar necessidades de alimentos e medicamentos. Isso é tortura.
Percebemos a angústia em algumas dessas pessoas que de uma hora para a outra tiveram que se recolher e em suas dispensas os víveres está na rapa, a conta no banco (aqueles que têm, pois alguns trabalham de dia para ter o que comer à noite) está mais no vermelho. As redes sociais é um termômetro do humor e da confiança de nossa gente. O medo do amanhã está confinado com eles, dentro de sua casa. As perguntas em sua cabeça proliferam tal qual o novo coronavirus: O que vamos comer amanhã ou depois? Como pagarei as prestações, os boletos, as mensalidades, os empréstimos? Se alguém da minha família adoecer, como vou comprar remédios, pagar consultas e exames? As preocupações tiram o prazer de viver. E o prazer de viver é a razão que nos fortalece nas terríveis provações. Não se esqueçam a fome também mata. Silenciosa, vagarosa.
É preciso uma frente de governo que se preocupe em desenvolver ações rápidas e práticas para o amparo dessas centenas de família que agora estão economicamente vulneráveis. Ouçamos o grito de socorro que começa a emanar do interior dos lares: Quem nos ajudará? E não será o Chapolim Colorado. Ou a quem interessará fazer propaganda em cima da miséria dos outros?
Estejam atentos, não podemos mandar nosso irmão para casa de mãos vazias e dizer -lhe:
- Fique bem!
Eles têm família, podem adoecer, ter falta de remédios, o gás pode acabar, a feira. Vamos garantir que, de fato, eles fiquem bem. Em tempo, em dia. Empatia. Até que essa crise passa.
Enquanto isso, fiquemos em casa com a consciência tranquila de que meu próximo também está bem.
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