O caso da Casa Amarela do 04 - Parte I: A COFIP
Como se não bastasse ao habitante morador da gloriosa Terra da Palmeira ser assombrado pelos boletos, talões e taxas que parecem brotar do chão para consumir todo e qualquer dinheirinho que se esconda no bolso, carteira, gaveta dentro ou debaixo de coisa qualquer, por agora começou a se observar umas coisas de assombramentos em uma casa vazia no alto do setor 04. Os relatos das aparições e remelexos fantasmagóricos foram levados ao conhecimento em um grupo social feminino. Noutros tempos a conversa teria se dado no salão cabeleireiro, na roda de conversa entre comadres ou num ajuntamento feminino típico da era pré-internet.
Bom, o fato é que o fato foi debulhado e escarafunchado minuciosamente pelas observações aguçadas das mamães e titias na rede e, entre elas lá, chegaram a um consenso investigativo de investigarem os fenômenos relatados para não haver sombra alguma de dúvida de que se trata mesmo de umas aparições de assombrações assombrosas de verdade.
- Já pensou, amigas, a gente aqui pensando que aquilo é simplesmente uma assombração ou outra coisinha qualquer do além e de repente se trata de um psicopata maníaco maluco espreitando a gente ou ameaçando nossos filhos de dentro daquela casa?!
- Cruz-credo, amiga, nem me fale isso. Vamos formar uma comissão e vamos lá ver... e se a assombração da casa não for assombração nós vamos fazer ela virar uma na hora, com certeza. de falsas aparições e mentiras, basta nossos políticos.
Então ficou acertado de fazerem uma comissão e meter o louco na assombração da Casa Amarela. Ali no grupo mesmo do zap começaram a definir os membros da equipe.
-Meninas, precisamos de pelo menos três raçudas para a missão: uma relatora, uma presidente e uma secretária.
Mas mesmo antes de montar a equipe investigadora uma longa discussão já começara por causa do tipo de roupas que se usaria. Se mandariam fazer camisetas (e se essas camisetas seriam baby look, estampadas, com manga, sem manga, decotada, sem decote, que tipo de tecido...) ou seria vestido, blazer, jardineira, macacão, saia... Uma mais impaciente escreveu em caixa alta:
- VAMOS É PELADAS MESMO. ASSIM ACABA ESSA DISCUSSÃO!
- Sangue e fogo na Amazônia! Tá querendo assombrar a assombração, muié.
- Tá surtando, amada. Vai que num é assombração, aí tu facilita a coisa pro psicopata maníaco maluco. Cadas idéias, sô.
E a discussão varou a madrugada e se estendeu até as primeiras horas do outro dia sobre as funções dos cargos na comissão, os modelitos e cores dos uniformes, a combinação da maquiagem e os modelos de sapatos, sapatilhas, sandálias ou chinelas.
- Pelo amor de Deus, meninas, se fossem os homens que tivessem discutindo isso aqui para pegar os fantasmas eles já teriam enchido a cara de cachaça e ido atrás do bicho.Embora que no primeiro boteco que eles encontrassem aberto já esqueceriam se esqueceriam da missão. Vão do jeito que se sentiram bem e mais corajosas.
- Tudo, minha linda, mas o que uma relatora faz? a mesma pergunta eu faço para presidente e secretária. Acho que todas no grupo precisam saber. Só acho.
-Beleza, amada. Explicar não custa nada. Gente, a relatora relata, a secretária registra e a presidente preside, uai. Qualquer dúvida é só assistir a TV Senado ou a TV Câmara. Bom, quem aí se habilita a fazer parte da comissão?
Depois de mais de doze horas e centenas e centenas de mensagens, formaram a comissão com uma professora para relatora, uma secretária como secretária, a mulher do Leléu Bola-Murcha como presidente, Sorinha Fecha Ponto como enfermeira, Dalila Rompe-Ferro, como motorista e a Ataíde responsável pelo serviço de mídia, já que ele empesteava o grupo com fotos e vídeos de gostos censuráveis.
E assim foi criada a COFIP: Comissão Feminina de Investigação Paranormal. Porém antes de partirmos para as aventuras das mamães no submundo paranormal, conheçamos alguns relatos relatados pelas almas vivas que dizem terem testemunho do movimentos e sons dentro da Casa Amarela do setor 04.
Continua
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