Uma coisa puxa a outra... (a crônica)
Coop. Anderson, Pb. Samoel e Pastor Eli |
A SAÍDA
Saímos da cidade, eram aproximadamente três horas da tarde.
Saímos da cidade, eram aproximadamente três horas da tarde.
Até agora minha cabeça está
procurando o pescoço. Misericredo! Depois de sete dias, hoje (27/05) foi o dia do
resgate do Uno no Marco 16.
Dessa vez além do pai, do
pastor e de mim, tínhamos o irmão Anderson-Voz-de-Locutor-de-Rádio-FM na caminhonete
conduzida por Eli.
Íamos animados falando de água, carpinteiro, faz-tudo,
porta, mecânica. Daí quase chegando ao Marco 20, meu pai disse, meio que ressabiado:
- Acho que esqueci a chave do
carro lá em casa. - O pastor foi parando...
- Sério? Veja aí nos seus
bolsos, talvez você esqueceu que a colocou nos bolsos.
Mas o velho tinha deixado a
bendita chave em casa mesmo. Aí ficamos coxeando em dois pensamentos:
Continuamos a viagem até o Marco 16 ou voltamos daqui? Depois que soube que o
volante não travava, o irmão Anderson disse:
-Então está fácil. A gente o
abre. Eu vi um vídeo no You Tube, ensinando como abrir a porta trancada de um
carro.
- Irmão Anderson, foi no You
Tube que o irmão viu isso mesmo? – Perguntei.
- Ué, irmão Marcos, que queres
dizer com isso?
Optamos por continuar a jornada.
Optamos por continuar a jornada.
NO SÍTIO
Sítio do irmão Dival |
Irmão Dival cuidou com zelo do
maquinário, tanto que até havia pegado um amor pela unera. Todo dia ele jogava
água no veículo, pois colocamos o carro bem debaixo da árvore onde as galinhas
empoleiravam para dormir. Já sabe como ele amanhecia todas as sete manhãs, nem.
Para não desagradar meu velho, o
pastor até providenciou um cambão e o amarrou com corda nos veículos. O irmão
Anderson profetizou:
-“Eis que assim digo eu: não
andaremos dez quilômetros e essa corda se romperá, pois quem com ferro fere com
ferro será ferido”.
“Nada a ver”, pensei comigo.
Beleza. Tudo pronto para o
retorno. Pai feliz. Pastor satisfeito com a providência do cambão. Irmão Anderson:
“Dentro de dez quilômetros ela se arrebentará”. E eu: “É ver pra crer, São Tomé”.
Contudo antes de partimos, a
irmã Ana Lurdes (aprendi o nome da irmã) nos ofereceu suco (esqueci de que sabor era
o suco) e bolo de milho. Depois, café. Estava tudo uma delícia. Íamos esperar a janta também, mas o pastor não
dirige quando dorme. Agendamos a janta para outra ocasião, se Deus quiser. E depois
o Uno não tinha nenhuma luz. Então não era bom ficarmos bestando com ele no escuro
pela estrada esburacada. Bateria arriada, completamente.
O RETORNO
O RETORNO
Embarcamos. O pai e o pastor
na caminhonete e no Uno, o irmão Anderson e eu.
Porém, esquecemos de avisar ao
pastor que o Uno precisava estar inteiro quando chegasse em Buritis, pois era
cada fisgada, uma atrás da outra, daquelas da gente arrancar a cabeça e a alma
do peixe e o corpo ficar no rio de bobeira.
Na primeira arrancada que o pastor deu, o Locutor
de Rádio-FM arregalou os olhos:
-Oxente, o que o pastor está
fazendo? Assim não vai chegar nem o para-choque no Buritis.
Fisgada forte. Uma atrás da
outra. Arranco. Sacolejo. Coral de pneus cantando.
Aquilo veio poeira, pedra, fogo, asa
de anjo, chifre de capiroto... Aff! pastor estava bruto.
Antes de termos coberto 10 quilômetros,
a corda arrebentou com todos aqueles maus-tratos e lá se foi o cambão do
pastor. A profecia se cumprira. O irmão me olhou como se dissesse: “Não disse?!”.
Momento "Sansão" do Anderson |
Se para nós da unera o cambão estava ruim, com o cabo de aço a coisa piorou. O pastor não tomou conhecimento do unera sendo arrastado e nem das duas ovelhas amarelas de poeira e medo que estavam dentro dele. Deu uma arrancada arretada que até pensamos que o uno estava sendo arrebatado para a glória. Daí não dava para ver mais nada, senão as faíscas de fogo do cabo de aço tocando de vez em quando a estrada. E toma-lhe poeira e pedra, e fogo, e saraiva, e trevas... E anjos cantando aleluuuia!
- Me arrependo de ter pegado a
direção deste carro. – disse o irmão.
- Quem bota a mão no arado não
olha para trás. Já era. Agora é se agarrar com Deus e nosso Senhor Jesus Cristo! – Eu falei porque não tinha nem um interesse em levar os
golpes também do volante.
Saindo do sítio - Marco 16 |
Já estava escuro e o alerta da
caminhonete ofuscava ainda mais a nossa visão da estrada. Era só poeira e centelhas
de fogo. Incendeia o meu Brasil, Jeová. Resolvi colocar a cabeça para fora a
fim de ver melhor a estrada e assim auxiliar o Anderson na direção. Botei a
fuça pra fora e tomei uma chafurdada de poeira nas ventas. Mas resisti firme. De
repente uma pedra passou cantando o hino da vitória bem no pé do meu ouvido
direito. Encolhi-me rapidamente pra dentro do carro que nem um bicho
encurralado na toca.
-Irmão Anderson, isso é
prova.Ore por mim, que estarei orando por você.
Para terminar (pois Joel, o Teixeirão,
anda reclamando que os textos estão muito longos e ele tem dormido três a quatro
vezes durante a leitura), chegamos sãos e salvos com a Graça de Deus em
Buritis.
Gratos a Deus e à paciência e
préstimos do pastor Eli Batista e Anderson (perdoe-me, meu irmão, pois esqueci
o teu sobrenome).
KKKKKKK FOI MUITO BOM LEMBRAR DESSA VIAGEM HOJE.
ResponderExcluirVALEU MEU IRMÃO.
ESTAMOS PRONTOS PARA A PRÓXIMA.