Chega de Judas, queremos o bode!

 Pinga aqui, respinga ali as gotas encardidas da enxurrada das falcatruas arquitetadas e efetuadas pelo Brasilzão afora. Ela vai se avolumando num corpo largo e caudaloso, escorrendo em um universo político paralelo escuro e obscuro, desconhecido profundo do cidadão comum, no qual almas quase afogadas dão seus gemidos de pretensas e questionadas inocências. 
Porém, ao contrário do vazamento da Samarco, que procura o mar para beijar, essa vai se entranhando cada vez mais nas câmaras e recâmaras do parlamento, a procura dos seus genitores. Estica um bracinho podre e fétido, alcança, abraça. Reclama-se do afago. Apesar da contestação do abraçado e seu clamor de que “não te conheço, não sou seu pai!”, também é arrastado molemente. Está enrolado, engolido pelo creme lânguido, asqueroso e espesso das lavagens.     
Grita-se aqui, reverbera-se de lá, e a guerra de lama vai atingindo os santos e todos os santos. Deitam-se como um cordeiro e, como um lobo se levantam. Protelam, propinam, acuam e recuam, assustados, pois sabem que somente daí e, nada além daí, tem que sair o Judas que, se ainda não foi, será malhado implacavelmente pela sociedade induzida e conduzida pelo aparelho das mídias. Os
De Judas já temos um montão que enche um caminhão camburão. Mas, e o bode expiatório, onde está?

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