A outra cara do Natal
Natal, Natal, Natal. Sempre as mesmas coisas. Entra ano e sai ano. O velho, o novo, as luzes, os sinos, a música. As mesmas promessas esquecidas relembradas, os mesmos arrependimentos. Nada diferente senão os anos. Natal.
As músicas tocam, as pessoas compram, enganam, fingem, se cumprimentam. Qual é na verdade o espírito de natal. Da hipocrisia?
Pedem doações. Fazem doações... muitas vezes daquilo que não serve mais. Vai servir para algum filho de Deus aí... Quem sabe.
Natal, única data em que as pessoas necessitadas sentem fome e frio. Único dia no qual as crianças carentes brincam. E os outros dias? Elas não existem. são uma imagem feia para nossa sociedade. São piores que os cães. Não se tem mais um dia de cão, pois até os cãezinhos encontraram um lar. As crianças pobres, pobres criaturas abraçadas pelo rejeito do estado sem direito nem certo.
Natal, nascimento de Jesus. Jesus? Quem é ele? E o Papai Noel, aquele bondoso velhinho de barbas longas e brancas que dá presentes para os meninos "bonzinhos"? O natal é dele. Jesus foi aquele menino pobre que puseram numa manjedoura, num cocho de alimentar gado. Não, o natal não é dele. Não é dele e nem de nenhum menino pobre ou que não seja "bonzinho". Papai Noel não gosta deles...
As festas são grandiosas. Servidos banquetes, guloseimas, bebidas dos mais variados sabores e gostos. As pessoas parecem que sorriem, gargalham. Ali na esquina uma criança faz festas com uns poucos biscoitos secos, lá na ponta da rua, num casebre alguém geme de dor, uma mãe chora. As panelas estão vazias. Os bolsos também. O pai não virá para o Natal, tem que fazer horas extras. Ele disse que o verdadeiro nome de Papai Noel é "Papai Dinheiro".
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