Verás que um filho teu não foge à luta, Buritis
O poder foi "usurpado".
Quem devia governar se esconde. Sai de fininho. Falta-lhe presença.
Transferiu o governo, que o povo lhe deu pelo voto democrático e confiante, para outras mãos. O governo foi dado pelo povo. Devia ter devolvido para o povo. Traiu.
E agora não negocia, não dialoga. Falta conselho. O conselho devia vir dos vereadores...
Mas o conselho vem do povo. E o povo anda perdido pelas valetas que o governo vai construindo. Ou hipnotizados pelo canal da cidadania.
Esquecem ou, pior ainda, ignoram que são essas pessoas das faixas que estão no trabalho a cinco, dez, quinze anos que fazem, de fato, a governabilidade do município, construindo suas escolas, pavimentando as ruas, cuidando dos doentes, conscientizando, firmando o fundamento para uma comunidade justa e estável.
Mas esses honrados servidores percebem a infiltração de dezenas de portarias e emergenciais em troca da desvalorização de seu ordenado. Eles que irão assim como vieram, da noite para o dia... Como um sonho, fantasia. E neste momento de luta são usados para desestabilizar a mobilização pelo fortalecimento da classe. Mas o governo não se interessa verdadeiramente por eles. Estão ali por conveniência política. Eles não ameaçam.
O Poder não oferece um concurso para dar a eles também estabilidade, querem apenas usá-los. Apadrinhar. Coronelismo com carinha moderna. Tão arcaico, porém eficiente. Volúvel.
E por se não importar com aqueles, ignorar estes e permitir que os salários dos efetivados sejam defasados para engrossar a fileiras dos chegados, isso gera o conflito e a indignação. A mesma que outrora os patrões de hoje sentiram na pele ontem.
Seria mais fácil administrar e gerir o pessoal. Poderia. Mas não é assim que funciona, Buritis. Para administrar é necessário diplomacia. Essa aula foi gazeteada.
Apesar do discurso democrático que desfiam em suas apresentações, não conseguem ver os cidadãos que estão ali empunhando faixas e cartazes, porque seus gritos foram abafados pelo desinteresse do prefeito em governar, em ser o líder dessa cidade, da cidade que está adoecendo. Pensam que estão enganando a quem? Ou estão mesmos enganados?
Cadê o entendimento sobre as lutas e justiças sociais? Onde estão os artigos e pensamentos tão debatidos nas universidades? Quais eram os sonhos daqueles tempos? Esquecidos nos livros e no tempo. Agora são patrões. Não tem sentido recordar isso. Colegas de turma foram classificados como inimigos. Estão cá, entre o proletariado, obrigados a esperar. Até que uma revolução lhes garanta os direitos assegurado pelas suas leis.
Sua conversa é de patrão para empregado. Que se cumpra a ordem.
Agora apenas o recrudescimento dos ânimos garantirá a vitória dos direitos.
Sabe, gente,"vem, vamos embora, que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer"...
E então verás que um filho teu não foge à luta, Buritis.
Quem devia governar se esconde. Sai de fininho. Falta-lhe presença.
Transferiu o governo, que o povo lhe deu pelo voto democrático e confiante, para outras mãos. O governo foi dado pelo povo. Devia ter devolvido para o povo. Traiu.
E agora não negocia, não dialoga. Falta conselho. O conselho devia vir dos vereadores...
Mas o conselho vem do povo. E o povo anda perdido pelas valetas que o governo vai construindo. Ou hipnotizados pelo canal da cidadania.
Esquecem ou, pior ainda, ignoram que são essas pessoas das faixas que estão no trabalho a cinco, dez, quinze anos que fazem, de fato, a governabilidade do município, construindo suas escolas, pavimentando as ruas, cuidando dos doentes, conscientizando, firmando o fundamento para uma comunidade justa e estável.
Mas esses honrados servidores percebem a infiltração de dezenas de portarias e emergenciais em troca da desvalorização de seu ordenado. Eles que irão assim como vieram, da noite para o dia... Como um sonho, fantasia. E neste momento de luta são usados para desestabilizar a mobilização pelo fortalecimento da classe. Mas o governo não se interessa verdadeiramente por eles. Estão ali por conveniência política. Eles não ameaçam.
O Poder não oferece um concurso para dar a eles também estabilidade, querem apenas usá-los. Apadrinhar. Coronelismo com carinha moderna. Tão arcaico, porém eficiente. Volúvel.
E por se não importar com aqueles, ignorar estes e permitir que os salários dos efetivados sejam defasados para engrossar a fileiras dos chegados, isso gera o conflito e a indignação. A mesma que outrora os patrões de hoje sentiram na pele ontem.
Seria mais fácil administrar e gerir o pessoal. Poderia. Mas não é assim que funciona, Buritis. Para administrar é necessário diplomacia. Essa aula foi gazeteada.
Apesar do discurso democrático que desfiam em suas apresentações, não conseguem ver os cidadãos que estão ali empunhando faixas e cartazes, porque seus gritos foram abafados pelo desinteresse do prefeito em governar, em ser o líder dessa cidade, da cidade que está adoecendo. Pensam que estão enganando a quem? Ou estão mesmos enganados?
Cadê o entendimento sobre as lutas e justiças sociais? Onde estão os artigos e pensamentos tão debatidos nas universidades? Quais eram os sonhos daqueles tempos? Esquecidos nos livros e no tempo. Agora são patrões. Não tem sentido recordar isso. Colegas de turma foram classificados como inimigos. Estão cá, entre o proletariado, obrigados a esperar. Até que uma revolução lhes garanta os direitos assegurado pelas suas leis.
Sua conversa é de patrão para empregado. Que se cumpra a ordem.
Agora apenas o recrudescimento dos ânimos garantirá a vitória dos direitos.
Sabe, gente,"vem, vamos embora, que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer"...
E então verás que um filho teu não foge à luta, Buritis.
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