Em Rondônia, cheia histórica suspende travessia no Rio Abunã
Balsa
sobre o Abunã não dá segurança aos motoristas e serão recuadas para
dentro da cidade, em atracadouro emergencial alternativo (Foto: Eliete
Marques/G1)
As três balsas que operam na travessia sobre o Rio Abunã (distante 230 quilômetros de Porto Velho),
sentido Rio Branco (AC), não conseguiram atracar durante toda esta
segunda-feira (3), informou o inspetor João Bosco Ribeiro, da Polícia
Rodoviária Federal. “A água subiu rápido. O único ponto possível para
atracamento fica numa curva, com mato. Existe o risco de os motoristas
perderem a referência da pista”, revelou o inspetor ao confirmar que a
interdição foi por medida de segurança.Este é o primeiro dano real causado à travessia do Abunã em decorrência da cheia histórica do Rio Madeira. Todo tipo de carregamento nos dois sentidos da BR-364, em direção às duas capitais, está represado no local a espera de uma solução.
A medida foi tomada após sobrevôo dos agentes da PRF com engenheiros do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit). A solução encontrada foi deslocar desde Porto Velho um comboio de máquinas pesadas, que fará um atracadouro alternativo na Vila Abunã. “As balsas terão que recuar cerca de seis quilômetros em direção a cidade”, afirmou o inspetor.
A obra é considerada emergencial. As máquinas devem chegar no local na manhã desta terça-feira (4) e a obra será realizada no antigo porto do 5º Batalhão de Engenharia e Construção (BEC), que encontra-se desativado. “Acreditamos que em seis horas de trabalho possamos liberar a travessia”, disse João Bosco Ribeiro.
Estrada interditada
As autoridades, com aval da Defesa Civil de Rondônia, também mantêm interditada a BR-364 no período da noite na altura do quilômetro 158, na comunidade de Velha Mutum. A lâmina de água sobre o asfalto é de 80 centímetros. “Esta marca permanece há três dias”, confirma o inspetor da PRF.
A Polícia Rodoviária Federal e o Dnit têm recebido muitas ligações de cidadãos que pretendem fazer a viagem entre Porto Velho e Rio Branco. "A orientação continua a mesma: durante o dia, só passam nesse trecho veículos pesados com filtro de ar acima de 80 centímetros. E, infelizmente, nem mesmo as cegonhas, que fazem o transporte de veículos novos e semi-novos, conseguem transpor aquele trecho”, concluiu.
Calamidade pública
O prefeito Mauro Nazif decretou estado de calamidade pública em Porto Velho na quinta-feira (27), em razão da cheia história do Rio Madeira. Mais de 2 mil famílias, o que representa cerca de 10 mil pessoas, estão fora de suas casas, na capital e em 14 distritos atingidos pelas águas, de acordo com o coordenador da Defesa Civil Municipal, coronel José Pimentel. O nível já ultrapassou o registro de 1997, de 17,52 metros, quando ocorreu a maior cheia do Madeira.
Durante a assinatura do decreto, Nazif revelou estudos que já indicaram um prejuízo de R$ 330 milhões, incluindo danos a prédios públicos, ao setor privado e ao meio ambiente. “São números assustadores e momentâneos”, afirmou o prefeito.
Sobre a previsão de gastos do município, o secretário de Planejamento de Porto Velho, Jorge Elarrat, disse que "não sabemos até onde iremos”. O município espera que recursos federais cheguem "o mais rapidamente”.
fonte: g1.globo.com
Comentários
Postar um comentário